Com uma carreira internacional de mais de 20 anos, Elizabeth Wilson é uma viajante experiente com uma mentalidade prática na sua vida profissional e pessoal. Na nossa última edição de entrevistas para o blog da RoomsCo, conversámos com a Elizabeth sobre as suas experiências a trabalhar no mercado asiático, como começou um negócio de gestão de propriedades em Portugal e quais os seus conselhos para outros viajantes frequentes como ela.


1. Durante mais de 20 anos trabalhou no setor financeiro em Nova Iorque, depois Hong Kong e tem representado clientes de todo o mundo. Imaginava ter uma carreira tão internacional desde o início?

Eu sempre quis ter uma carreira internacional, mas nunca o planeei. Estava a trabalhar num escritório de advogados em Wall Street que me pediu para ir a Hong Kong durante umas semanas e aproveitei a oportunidade. Isso foi há mais de 20 anos e eu nunca mais olhei para trás.

2. Dada a sua experiência internacional, quais são as principais diferenças que tem notado entre trabalhar no mercado asiático e no mercado europeu?

Os asiáticos trabalham 24 horas, 7 dias por semana e muitos países ainda têm o sábado como um dia de trabalho. Eles trabalham para viver.

Os europeus têm uma visão mais forte de “direitos” e não trabalhariam tanto.

Os expatriados na Ásia têm uma visão eurocêntrica da vida, mas trabalham numa capital asiática por isso é “work hard and play hard” (“trabalhar duro e divertir-se bastante”) – pela noite dentro!

3. Sendo uma viajante frequente, qual é o seu melhor conselho para pessoas que tenham de viajar em trabalho?

Quando estão a fazer a mala, levem sempre:

  • Suplemento de magnésio
  • Vitamina C
  • Anti-inflamatórios
  • Anti-histamínicos

Isto resolve os problemas mais críticos.

4. A Elizabeth tem duas propriedades de alojamento local em Lisboa. O que é que a levou a investir em gestão de propriedades? E qual foi a maior lição que aprendeu com este novo negócio?

Não foi tanto a oportunidade de gestão de propriedades que me atraiu inicialmente, mas mais a possibilidade de um passaporte português, e o investimento em imóveis era o caminho. Investi para conseguir um Visto Gold em Portugal.

A maior lição que aprendi até agora tem sido ser paciente. Tudo fica feito eventualmente, mas nunca na altura em que planeamos. Pode ser extremamente frustrante.

5. Ouvimos dizer que está a construir a sua própria casa no Alentejo. Depois de tantos anos a viver no estrangeiro, o que a atraiu ao interior de Portugal?

Eu vim pelo visto e apaixonei-me pelo país. O clima, a beleza natural da terra e do mar, a comida e o vinho e as pessoas fantásticas foram todos fatores que nos fizeram decidir ir viver para Portugal. Eu e o meu parceiro contamos reformar-nos nos próximos anos e eu gostaria de estar mais perto dos Estados Unidos onde vive a minha mãe. Portugal tem tudo o que procuramos.

6. A pandemia tem tido um impacto tão profundo nas nossas vidas. Como acha que irá mudar o setor das viagens?

As viagens corporativas vão mudar e os gestores vão começar a cortar orçamentos. É altura de pensar se afinal gostava do trabalho ou das viagens.

7. Por fim, e dada a pandemia atual, acha que agora é uma boa altura para investir em propriedades de turismo? Que conselhos daria a pessoas interessadas em gerir propriedades neste momento?

É difícil saber o que o futuro nos reserva, mas um amigo astuto disse-me em tempos que se comprar imóveis perto de uma cidade onde as pessoas se arranjam todos os dias para ir trabalhar, vai correr bem. Apesar deste ser obviamente um pensamento pré-COVID pois já ninguém tem de se arranjar para ir trabalhar, não deixa de ser uma boa observação. Os imóveis em Lisboa e no Porto vão sempre ter valor, quer como alojamento local como no seu potencial para uma apreciação a longo prazo. Pelo menos é com isso que estou a contar!


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— Entrevista por Inês Pinto